quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Rambo IV
Para qualquer um que esteja se aproximando da casa dos 30, citar o nome John Rambo em uma mesa de bar traz um festival de lembranças. Sempre lembro, por exemplo, de ter sido barrado ao tentar ver Rambo III no cinema. Se não fosse pela insistência de meu pai com o gerente do local, teria que ter esperado para conferir a última aventura do brucutu americano em VHS.

Agora, 20 anos depois de ajudar Osama Bin Laden e seus guerreiros a expulsarem os soldados soviéticos do Afeganistão, ele está de volta. Cansado de lutar, ele leva uma vida pacata na Tailândia. Até que um dia um grupo de missionários americanos o procura para que ele possa levá-los até Mianmar (que o filme ainda insiste em chamar de Birmânia) para ajudar o povo daquele país, devastado por uma guerra civil que já dura anos. Rambo reluta, mas depois da insistência da bela Sarah (Julie Benz), aceita a missão. Uma semana depois, um novo missionário o procura. Seus companheiros haviam sido feitos de reféns e ele precisa de ajuda para levar um grupo de mercenários rio acima.

Aí começa um festival de explosões, tiros e mortes, muitas mortes. O roteiro é fraco e os diálogos medonhos, mas o que realmente incomoda é a caracterização dos personagens. O bom e o mau são facilmente identificáveis, e a necessidade de tornar os soldados de Mianmar “seres” repulsivos e merecedores do que acontece com eles é irritante. Com o grupo de mercenários acontece a mesma coisa: à primeira vista já sabemos quem vai ter uma morte dolorosa e quem será o mocinho que ajudará Rambo.

É claro que não deveríamos esperar nada além disso de um filme com a alcunha de Rambo, mas depois do bom retorno de Rocky Balboa ano passado, esperava de Rambo IV algo mais parecido com o primeiro filme da série, que enfocava também o drama psicológico do personagem que havia retornado do Vietnã.

Ainda assim, apesar de todos os defeitos, o filme funciona. Stallone (que também dirige o filme) não demonstra seus 61 anos e parece ter ralado muito para realizar algumas cenas sem auxílio de dublês. A violência é muito estilizada e satisfatória: cabeças explodem e corpos voam a todo o momento, fazendo com que a sede por ação e sangue daqueles que adentrarem as salas de cinema seja imediatamente cessada.