quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Onde os fracos não têm vez
Novo filme dos irmãos Joel e Ethan Coen foi o grande vencedor do Oscar 2008. Rendeu à dupla os prêmios de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado. Também rendeu a Javier Bardem o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante.

O filme se passa em 1980, numa cidade texana próxima à fronteira com o México e é, basicamente, um filme de gato e rato. Explico: o foco no filme é a caçada de Anton Chigurgh (Bardem) a Llwelyn Moss (Josh Brolin), que um belo dia encontrou dezenas de traficantes mexicanos mortos, muita heroína e dois milhões de dólares.

Chigurgh é um matador frio, calculista e extremamente violento. Graças à excelente atuação de Bardem, em sua primeira cena já podemos perceber quem é seu personagem. Brolin – injustamente fora dos indicados ao Oscar - também está muito bem no papel e transforma Llwelyn em um sujeito esperto que tenta estar sempre um passo à frente de seu perseguidor.

O condutor do filme é o xerife vivido por Tommy Lee Jones. Um sujeito cansado de tanta violência e que demonstra isso durante a narração, com sua fala arrastada e seu pesado sotaque texano. O elenco ainda conta com Woody Harrelson em um papel pequeno, mas de extrema importância para o roteiro.

Onde os fracos não têm vez é uma combinação de tudo que os irmãos Coen sempre fizeram de melhor. A violência é crua, os diálogos afiadíssimos, o humor é sempre sarcástico e inteligente, e a linha que separa o real do absurdo é muito tênue. A parte técnica é de um refinamento incrível. Alguns diziam que eles eram bons diretores, mas que jamais fariam outro “Fargo”. Eles não fizeram outro “Fargo”, mas fizeram um filme tão complexo e bom quanto. Desde já o melhor filme do ano.